quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Programação Dia 20 de Novembro

 

Oi amigos!

Desculpem a demora em divulgar a programação, mas as demandas são muitas. Então vamos lá:

Sexta-feira, 20/11:

  • “Seminário Estadual de Estudos e Pesquisas Africanos e Afro-brasileiros em Educação” – O Coral Afro do MUCANE se apresenta às 8 30h. O evento será das 8 00h às 18 00h, no Teatro do IFES, Campus Vitória.
  • “Feira da Cidadania” – O Coral Afro e a Orquestra de Percussão se apresentam. O evento tem início às 18 00h e contará, ainda, com o show de Leci Brandão.

Por enquanto é só. Encontro vocês lá!

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Mês da Consciência Negra

 

Olá amigos!

Ultimamente nossos posts estão bem raros. Mas há um bom motivo para isso: estávamos nos preparando para novembro, um mês de muito trabalho.

Este mês é de extrema importância para a cultura afrobrasileira, pois nele comemoramos o Dia da Consciência Negra. Mas, qual o significado desta data?

 

Festa e reflexão

Você deve estar se perguntando por que esta data tem importância para o povo negro. Não seria o 13 de maio, dia da assinatura da Lei Áurea, mais importante?

Tradicionalmente, o dia da Abolição parece ter uma grande importância para a população afrodescendente.

Realmente tem. Mas existem diferenças bem claras no que representa cada data. Enquanto o Dia 20 de Novembro representa festa, o Dia 13 de Maio traz à tona uma série de reflexões. Para entender melhor o significado de cada data, vamos conhecer a história do Dia da Consciência Negra.

 

História

A data foi escolhida pelo Movimento Negro na década de 1970. Nas reuniões do Movimento Negro, o Dia 13 de Maio era uma data incompleta pois mesmo passados quase 100 anos da assinatura da “Áurea Lei de 13 de maio de 1888”, a situação do negro continuava a mesma: discriminação racial, segregação social e o negro ainda longe da tão sonhada inclusão. Era preciso uma nova data, que refletisse a história de lutas e glórias do povo negro. O 13 de Maio evoca apenas a “bondade” da Princesa Isabel, sem revelar a verdade: os negros sempre lutaram pela liberdade, desde seu sequestro em África até os dias atuais.

Zumbi dos Palmares Zumbi dos Palmares

Entre as várias datas pensadas, surgiu o 20 de novembro: dia da morte de Zumbi dos Palmares. Além dessa data, vários outros fatos históricos significativos para o negro brasileiro foram sendo incorporados às comemorações ao longo do ano, como a homenagem a Luís Gama, em 21 de agosto.

Hoje, o Dia da Consciência Negra é comemorado oficialmente em todo o país, e Zumbi dos Palmares figura na galeria dos heróis nacionais.

Programação

O Museu Capixaba do Negro contará com grande programação durante todo o mês. Fique ligado pois em breve estaremos informando as datas. Até lá!

   

Fonte: GONÇALVES E SILVA, Petronilha; SILVÉRIO, Valter Roberto (Orgs.). Educação e ações afirmativas: entre a injustiça simbólica e a injustiça econômica. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2003. p. 21-42.

domingo, 18 de outubro de 2009

Políticas Públicas e Desigualdade Racial, 120 anos depois…

 

Olá amigos!

Nosso blog anda meio desatualizado, pois as demandas são muitas. Mas hoje a dica de leitura é essencial para responder algumas questões básicas:

  • Existe racismo no Brasil?
  • Como ele funciona?
  • O que são políticas públicas?
  • Por quê elas são necessárias?

Agora essas perguntas podem ser (muito) bem respondidas com uma das mais recentes publicações do Instituto de Pesquisas Econômicas – IPEA.

Um dos mais importantes e respeitados  institutos de pesquisa do país, o IPEA lançou em 2008 o livro “As políticas públicas e a desigualdade racial no Brasil 120 anos após a abolição”.

 

livro_ipea_desigualdade

O livro reúne estudos de vários pesquisadores sobre a questão racial no Brasil, e enfoca temas que vão da transição do regime escravista ao trabalho livre, até os dados mais recentes sobre desigualdade racial no país.

O download está disponível no site da própria instituição. Aproveite também para conhecer outras publicações do site. São materiais de excelente qualidade, disponíveis a todos. Segue o link:

http://www.ipea.gov.br/default.jsp

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Reportagens sobre o Museu do Negro

 

Ao longo de seus desesseis anos de resistência, o Museu Capixaba do Negro foi tema de várias matérias.

Confira a reportagem realizada pela TV Vitória:

 

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O Canto dos Escravos

 

A dica de hoje é uma homenagem ao relançamento em CD da obra “O Canto dos Escravos”.

O disco foi lançado originalmente em 1982, dentro da série Memória Eldorado.

O Canto dos Escravos é uma coletânea de cantos de trabalho africanos dos negros benguelas. Os grupos étnicos africanos trazidos para o Brasil durante a escravidão se dividem em dois grupos maiores: os Bantos e os Sudaneses. Os Benguelas fazem parte do grupo étnico Banto, que se concentra na região que vai da República dos Camarões até a África do sul.

A coletânea é parte do trabalho do linguista Aires Filho. Ele recolheu uma série de cantos na região de Diamantina, em São João da Chapada, e as reuniu no livro "O Negro E O Garimpo Em Minas Gerais" (Editora José Olympio, 1943).

Os cantos são chamados “vissungos”. A palavra, de origem umbumtu significa “cântico”. A forma dos cantos do disco é responsorial e eles são entitulados “Canto I”, “Canto II”, e assim por diante. A parte instrumental é toda percussiva.

Outro grande destaque são os intérpretes: Clementina de Jesus, Tia Doca e Geraldo Filme. Clementina de Jesus realisou um trabalho importantíssimo para as tradições musicais afrodescendentes. Em sua carreira, ela gravou samba, jongo, cantos de trabalho e outros gêneros musicais de origem africana. Tia Doca fazia parte da Velha Guarda da Portela desde a década de 1970. Geraldo Filme é nome tradicional do samba paulista os cantos de trabalho negros estão presentes em sua tradição familiar e influenciaram significativamente sua formação musical.

domingo, 20 de setembro de 2009

Revendo seus conceitos – Parte I

 

As palestras e cursos oferecidos no Museu Capixaba do Negro são frequentados por pessoas de diferentes idades, raças, níveis sociais, religiões e graus de estudo. Mas, por mais estranho que possa parecer, todas fazem as mesmas perguntas.

Na verdade, estas perguntas fazem parte de uma série de conceitos sobre África e africanidades que são transmitidos o tempo todo de forma errada. Pode não parecer, mas eles acabam por influenciar negativamente a sua vida.

Por isso decidimos publicar uma série de postagens que procuram sanar as principais dúvidas e rever estes conceitos. Começamos com o continente africano, este ilustre desconhecido!

África Regiões Geográficas

A África é um continente primitivo?

Antes da lei 10.639/03, o continente africano era retratado nos livros escolares como o lugar de onde vieram os escravos. Ele nascia (e morria) durante as grandes navegações e o período de colonização. Mas, antes de mais nada, o que pode ser entendido por primitivo?

Se você der uma olhadinha em um bom dicionário (o pai dos inteligentes!) verá que a palavra, usada de modo correto, possui significados como "o primeiro", "antigo", "ancestral".

Bem, recentemente os cientistas descobriram que a vida nasceu na África. Então podemos dizer que o continente africano é o mais antigo. Se somos afrodescendentes, nossos ancestrais são africanos.

Mas o uso impróprio da palavra “primitivo” também pode significar "povos inferiores culturalmente", "povos atrasados". E é essa a definição erroneamente aplicada ao continente africano. Agora vamos aos fatos.

A África anterior à colonização

Antes da chegada dos colonizadores, o continente africano possuía uma complexa organização política dividida em reinos, impérios e sociedades tribais. Um dos mais famosos impérios foi o egípcio. Lá se desenvolveram diversas áreas da ciência, como a matemática e a medicina. Isso sem falar na arquitetura, representada pelas pirâmides, cuja verdadeira engenharia não foi revelada até hoje.

by Brooklyn Museum by Brooklyn Museum

Mas haviam outros impérios como o Mali e reinos poderosos como o Kongo (diferente do país Congo). As cidades-estado contavam com ruas pavimentadas, comércio e até universidades.

Arte e ciência

No campo das artes, podemos encontrar diversas expressões, como a decoração das antigas construções egípcias, arte em diferentes metais, as famosas máscaras africanas e muito mais.

Ao contrário do que se pensa, a arte africana não é primitiva. É complexa. O próprio Picasso a usou como inspiração para dar início ao seu inconfundível estilo conhecido como cubismo.

Os africanos seqüestrados na África e trazidos para as américas não foram explorados apenas fisicamente. Poucos citam ou sequer sabem que houve a exploração intelectual dos africanos.

Muitos sabiam ler e escrever em árabe, como os Malês. Dominavam ciências como a matemática e a astronomia. Haviam negros especialistas em praticamente todas as áreas do conhecimento humano. Dominavam as artes européias também. Você sabia que os primeiros músicos e professores de música erudita européia não ligados diretamente à Igreja no Brasil eram negros?

Bom, acho que por hora é só. Afinal, quando falamos de uma cultura tão rica, sempre esquecemos de alguma coisa. Por isso, não deixe de comentar! Dê a sua sugestão para que possamos melhorar ainda mais.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Quilombo

 

Hoje vamos falar sobre um dos filmes mais importantes sobre os negros no Brasil: “Quilombo”.

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Lançado em 1984, o filme se passa no século XVII e conta a história do Quilombo dos Palmares, retratando os reinados de Ganga Zumba (Tony Tornado) e Zumbi dos Palmares (Antônio Pompeo). A direção fica por conta do renomado cineasta Cacá Diegues. Outros grandes atores negros interpretaram papéis inesquecíveis como Babá, vivido por Grande Otelo, e Dandara, interpretada por Zezé Motta, além das participações de Camila e Antônio Pitanga e Milton Gonçalves.

“Quilombo” é o filme que todos os brasileiros deveriam assistir. Ele fala do Quilombo dos Palmares, um país negro que se manteve livre  por mais de um século dentro de um regime escravocrata. Mas fala também de outros aspectos da cultura de origem africana que se mantém vivos até os dias atuais: as lutas e conquistas do povo negro representadas pelos quilombolas, a força da mulher negra na figura da eterna Dandara e a herança de nossos ancestrais simbolizada pela figura de Babá, palavra de origem iorubá que significa “pai”.

O filme ainda conta com a trilha sonora composta por Gilberto Gil, que a fez especialmente para o filme em parceria com o poeta Waly Salomão. Infelizmente, o disco “quilombo” só foi lançado integralmente no exterior. A versão brasileira é um compacto, sob a alegação de que “haviam músicas instrumentais em demasia”. Sei.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Nossa História - Parte III

Olá amigos! 

Mais páginas de nossa história.

Um Caloroso Axé!

 

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Museu Capixaba do Negro: Cultura, Arte e Música

 

       

terça-feira, 16 de junho de 2009

Nossa História – Parte II

Olá amigos!
Dando continuidade ao
post anterior, publicamos mais uma série de páginas de nossa história.
Um caloroso Axé!

 

 

terça-feira, 14 de abril de 2009

Oficinas de Música e Arte Afrobrasileiras do Museu Capixaba do Negro – Parte I





A educação musical da escola regular brasileira, embora atualmente tenha apontado para uma grande melhoria, na maioria dos educandários, é baseada no ensino tradicional de música, de caráter elitista, que mantém uma estruturação prolongada de treino exaustivo de compreensão e execução de elaboração europeizada.
O caráter elitista tem como característica histórica o grau de dificuldade e bloqueio da compreensão e do acesso à musica pela maioria dos alunos, pois a música praticada nas bases culturais do povo brasileiro não figura nas grades curriculares elitistas. Além disso, a música tradicional e sua complicada notação assustam muita gente, pois criam “confusão” entre os símbolos utilizados em sua escrita e os sons perceptivos da música como tal, porque os pontos no papel (partitura) colocam uma grande barreira para os alunos que vivem a música como sons e na maioria das vezes não têm fundamentação para transformá-los em sinais gráficos.
Já as oficinas de música valorizam a integração total do aluno no processo de criação musical, inserindo-o aos elementos próprios de sua herança musical, relacionando-o também ao meio ambiente que o mesmo convive, ressaltando e incluindo o acúmulo musical adquirido pelo mesmo no seu dia-a-dia e dele se valendo, tendo como estrutura a dinâmica de grupo.
A oficina de música, apesar de se valer também de símbolos antigos, não os privilegiam evitando torná-los exclusivos ou únicos, criando símbolos novos dentro da realidade cultural a qual alunos estão inseridos.
Nas oficinas de música alguns recursos ampliados na música contemporânea erudita são incorporados e formatados como atividades descomplicadas e simples com as quais fácil e rapidamente os alunos exteriorizam a musicalidade dentro de seu “universo”, tendo como ponto de partida o registro sonográfico de sua realidade, do aqui e agora.
A escola regular preocupa-se, na maioria das vezes, somente com o cultivo das experiências oficializadas do passado, criando um paradoxo com as tendências da nova era da educação, que hoje é programada para a descoberta e não para a instrução (SHAFFER 1991, pg. 286), gerando, conseqüentemente o desinteresse dos educandos.
"Ocupar-se do tempo passado, além de desestimulante, é psicologicamente muito dolorido para o aluno, pois nas outras matérias da grade curricular eles se ocupam do tempo presente projetando-se para o futuro". E assim, temos assistido à “morte” de nossos artistas, dentro do próprio modelo de educação, que comprovadamente, no quesito educação artística, está há muito falido. As oficinas de música também se utilizam do repertório de experiências musicais fundamentadas na contribuição do passado, mas insere o repertório de outras sociedades, juntamente com a música de sua própria sociedade e embora utilize de repertórios do passado, a “ordem do dia” é cultivar principalmente a música do tempo presente enfatizando a ampliação do repertório, tendo como catalisador a criatividade do aluno, resultando na música criativa enriquecida pela pluralidade cultural de nossa brasilidade; esta é a forma.
Para muitos estudiosos é comprovada a ligação produtiva entre as oficinas de música e a música contemporânea.
A educação musical da escola regular é em sua grande maioria excludente, quando rotula de “certo ou errado”, “bonito ou feio”. Claro! Bonito e certo se estiver dentro dos parâmetros da música tradicional. Errado ou feio quando nos padrões não convencionais, bloqueando de forma traumatizante o processo de educação criativa, e é isso que nunca poderia acontecer! O preconceito, a discriminação e a restrição aos padrões tradicionais (europeizados). Além disso, o papel da educação musical (educação artística) nas escolas não é a formação de artistas, talentos ou virtuosidades baseadas nos rígidos padrões tradicionais. Esta afirmação encontra plena sintonia com o pensamento educativo expressado nos discursos atuais de muitos estudiosos, pesquisadores e pedagogos de nossa época, que apontam para a formação integral do indivíduo extraindo dele particularidades latentes a todo ser humano, respaldado na educação de sua sensibilidade.
As oficinas de música têm uma “didática” de educar desenvolvendo a percepção, inserindo o aluno no diálogo arte-música com amplitude para além da música erudita tradicional, considerando todo som como música ou como som musical. E assim a educação e o desenvolvimento da sensibilidade são os pontos facultativos das oficinas de música.
Assim, as oficinas de música vêm sendo instaladas em muitas instituições como disciplina ou curso que trabalha o conteúdo musical sem utilizar os códigos convencionais da linguagem musical, facilitando a restituição conclusiva do “fazer” musical, contendo em seu bojo a integração de outras linguagens, enfatizando a multisensorialidade abrangendo os parâmetros sonoros do momento, inclusive da música experimental e contemporânea, reconhecendo sua fundamental importância na utilização dos processos não formais de aprendizagem, processos estes que são reflexos da própria natureza humana, promovendo o desenvolvimento da comunicação e exteriorização da auto-estima, socialização inclusiva favorecida pelos modos inativos, icônicos e simbólicos do cotidiano aluno/comunidade.
TÓPICOS DAS OFICINAS DE MÚSICA E ARTE DO MUSEU CAPIXABA DO NEGRO
a) Trabalhar com crianças, adolescentes e jovens, preenchendo o tempo dos mesmos após o horário escolar da educação regular
Justificamos a implementação das oficinas de música/artes no espaço museológico como agente de mudanças social, para alunos da escola regular pelos seguintes motivos:
1a) É na escola regular, que passamos a maior parte de nossa infância e adolescência, e onde a educação deveria ser integral,em todos os aspectos , ou seja, a escola deveria fornecer procedimentos educativos em todas as áreas ,inclusive a artística, o que ainda não acontece efetivamente na maioria dos educandários, principalmente nas escolas públicas, onde os alunos após o período escolar ficam entregues às própria sorte quanto mais não seja, aqueles que pertencem a comunidades de faixa de risco social;
2a) A escola brasileira cumpre a função de transmissão de conhecimentos tidos como universais,(Duarte Júnior, l988,pág.32 e 33) com maior e as vezes até excessiva preocupação na formação de mão de obra produtiva, mantendo os valores da racionalidade (saber objetivo) como valor básico da sociedade; ou seja reproduzindo o que ocorre na vida estressante e intolerante de resultados rápidos enfatizando a razão e rompendo com a emoção, não atentando para o fato que somos dualidades: Emoção e Razão. A arte/música , é de suprema importância para o equilíbrio desta individualidade.
Os pilares da música por exemplo, encontram plena correspondência na estrutura social. Vejamos:
MELODIA: Horizontalidade – Encontra corresapondencia na trajetória de vida dos anos sucessivos na formação da personalidade do indivíduo.
HARMONIA: Verticalidade - encontra correspondência na estrutura familiar e social na qual estamos inseridos e dá sustentabilidade a horizontalidade da vida.
RITMO: combinação dos valores de sons de maior duração com sons de menor duração corresponde a valorização dos aspectos individuais evidenciadas pela função de cada componente na sociedade. Certamente seríamos uma “aldeia global” mais feliz.
3a) Durante o período escolar o aluno é levado a abandonar as emoções quando passa a adiquirir apenas conhecimentos desvinculados da vida cotidiana e aceitadas passivamente onde sua realidade, principalmente a social (o meio em que o mesmo convive), não tem a devida importância, principalmente no quesito recorte racial. Segundo Duarte Junior (1988,p.34) “Somente se aprende quando se parte de experiências vividas e sobre ela se desenvolve....”).
Há uma ilusão do sistema escolar “de que a maioria do que se aprende é o resultado do ensino” (illich p.38), no entanto “se aprende muito mais fora da escola; em atividades não formais”.
b)TRABALHAR O RESGATE DA IDENTIDADE AFRO BRASILEIRA. COM RECORTE RACIAL, EM TODOS OS SEGMENTOS DA SOCIEDADE COM VISTAS À PROMOÇÃO DA IGUALDADE SÓCIO-RACIAL.
Aqui surge uma das principais características das oficinas de arte e música do MUCANE (Museu Capixaba do Negro): contribuir para que a cidadania e direitos humanos deixem de ser apenas discurso de sala de aula, construindo através da educação artística “UM SER SOCIAL” (Durkheim pag.42), um ser que espontaneamente deseja satisfazer as necessidades de identidade que seu meio sócio-cultural preserva - um ser novo.
Na metodologia das oficinas do MUCANE a arte é um fator social pois preparamos através da mesma o aluno para sociedade e isto não é possível sem recorte racial pois a educação é para a sociedade “o meio pela qual ela prepara , no íntimo das crianças as condições essencias da própria existência”( Durkein pag. 42).
Observamos após anos de convivência com os alunos das oficinas do MUCANE que os educandários/educação regular, não designam a ação que os professores exercem sobre a criança e o adolescente o que deveria ser feito primariamente antes de tudo, pois os professores no Brasil são remanescentes de uma formação racista sob orientação de uma classe dominante e opressora, onde a equidade não é prática comum no currículo psico-pedagógico.
Sabemos que a educação exercida pelas gerações adultas influencia de forma decisiva o desenvolvimento dos potenciais físicos, morais e intelectuais da criança, geração esta de professores que reproduzem os padrões exigidos por uma sociedade de estrutura “branca racista" embasada nos moldes da elite escravagista deste país.
Desta forma é que a educação regular processa o rompimento da realidade afrodescendente do povo brasileiro, incentivando uma metódica e discriminada socialização sobre as novas gerações, sem evoluir os conceitos do passado, quanto mais não seja, no estereótipo oferecido pela literatura infantil, carregada de “castelos e brancas de neve”européias, enquanto nossos alunos não são brancos como neve, e nos barracos os príncipes não são escandinavos.
E assim, a finalidade da educação na escola, que é a preparação da criança, exibe lacunas que são transformadas em feridas sociais que, mesmo quando tratatas, expõe suas cicatrizes.
C) PROMOVER A INCLUSÃO SOCIAL, EM DIVERSAS FAIXAS ETÁRIAS, ATRAVÉS DA LINGUAGEM E DO FAZER CULTURAL, COM VISTAS AO EMPRENDEDORISMO E À GERAÇÃO DE RENDA SEM RESTRIÇÃO ÉTNICA.
A metodologia das oficinas de música e arte do MUCANE está vinculada totalmente aos processos sociais, fazendo com que cada aluno resgate sua identidade cultural patenteando os valores e os sentimentos que os identifiquem em sua “veia étnica” e que estruturem a comunidade na qual vivemos, "visão de mundo da cultura a que pertence” (Duarte Júnior,1988 pag.59-60).


domingo, 12 de abril de 2009

Oficina de Música e Artes do MUCANE

Em comemoração ao aniversário do Museu do Negro a sua Associação de Amigos, dentre as várias ações que evidenciam os seus 16 anos de resistência e interação com com as comunidades capixabas, abre inscrições para os cursos de instrumentos musicais (violino, violão e guitarra, contrabaixo, percussão e bateria, teclado, flauta doce e transversal, sax, trompete, clarinete, trombone e cavaquinho) gramática musical, harmonia e improvisação para todos os instrumentos, oficina de canto e regência coral, oficinas de dança e capoeira, oficina de penteado afro , oficina de teatro e expressão corporal e oficina de artesanato. Os cursos e oficinas fazem parte do pensamento da nova política nacional de museus, baseada no movimento de renovação de museus, que tem como um de seus principais objetivos o museu a serviço da comunidade. O Museu do Negro sempre foi modelo de um campo museal vivo e de resgate da cultura e da identidade afrobrasileira e capixaba, dando exemplo de resistência e cidadania ao longo dos seus 16 anos de existência. Os cursos que são sem fins lucrativos - o material didático é pago em taxa única no ato da matrícula - tem como objetivo a integração com a comunidade e a absorção de valores culturais que caracterizam a dinâmica dos cursos e oficinas, que tem como espinha dorsal a geração de multiplicadores do projeto através dos próprios participantes. 
Desde novembro de 2010 que o Museu capixaba do Negro está funcionando no prédio de n° 191 da rua Graciano Neves centro de vitória,  após ganharmos liminar para que mesmo durante a reforma de nosso prédio fosse garantido o funcionamento do Museu sem prejuízo de suas atividades museológicas. Funcionamento este que os representantes da Prefeitura de Vitória, interromperam abruptamente  no malogrado intuito de eliminar todas as conquistas dos 19 anos de história  do MUCANE e Tomar para si as conquistas da comunidade negra (aquelas tais táticas criminosas de apropriamento e roubo de propriedade intelectual  do sucesso dos negros como já é bem conhecida dos neo coloniais do poder público aqui de Vitória ES))!
Maiores informações pelo telefone , 3222 4788 ou 9810 8579, Centro - Vitória - ES,enquanto durarem as reformas do nosso prédio na Av. república,O Museu Capixaba do Negro continua funcionando  edf. 191 da rua Gracianos Neves, 1º andar,centro Vitória ES .

domingo, 5 de abril de 2009

Superando o Racismo Escola

 
 

A dica de leitura de hoje é um livro que não pode faltar na estante do educador. "Superando o Racismo na Escola" é uma coletânea de artigos de onze professores e especialistas em educação e aborda diretamente a temática racial na sala de aula e a Lei 10.639/03, alterada para Lei 11.645/08. Organizado pelo antropólogo Kabengele Munanga, o livro trata de assuntos como a discriminação no livro didático, o perfil dos personagens negros no livro infanto-juvenil, além de conceitos básicos sobre o racismo: quando surgiu, como foi arquitetado e como atua na sociedade brasileira, especialmente na escola.

Link para download:
http://www.4shared.com/file/58837110/4085904/sup_rac_escola.html

domingo, 29 de março de 2009

Nossa História – Parte I

 

Olá amigos!
Hoje começaremos a conhecer um pouco de nossa história. Escolhemos uma forma alternativa de apresentá-la. Iremos exibir uma série de “mini álbuns” de fotografias. Os slides que aparecem fazem parte de um documento produzido pelos voluntários do Museu Capixaba do Negro e contam a história da instituição desde sua fundação, no ano de 1993. Espero que gostem! Clique no link abaixo das fotos para visualizar o álbum inteiro.  
Axé!


terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Cursos de Música e Arte no Museu do Negro




Estão abertas as inscrições para as Oficinas de Música e Arte Afrobrasileiras do Museu. As vagas são para os cursos de:
  • Violão e Guitarra;
  • Penteado Afro;
  • Violino;Bateria e Percussão;
  • Dança;
  • Instrumentos de Sopro (flautas, trompete, trombone, sax, clarineta, gaita);
  • Canto;
  • Teclado;
  • Capoeira;
  • Cavaquinho e bandolim;
  • Contrabaixo;
  • Hip Hop.
Informações: 3233-1399

CEFETES no Museu do Negro

 

Os alunos do CEFETES, em visita ao Museu Capixaba do Negro, entrevistaram o Maestro Washington Santos. Eles conversaram sobre consciência negra, cultura afro e sobre como o MUCANE vem resistindo ao longo de seus 15 anos, mantendo as portas abertas para a população com suas atividades culturais.
Todos os anos o Museu recebe alunos de todos os níveis de ensino, desde a pré-escola até a academia.

Assista o vídeo:

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Oficinas de Música e Arte Afro Brasileiras no Museu Capixaba do Negro


Já estão abertas as inscrições para as aulas de música e arte no MUCANE - Museu Capixaba do Negro. O Museu oferece aulas de canto, violão, teclado, cavaquinho, entre outros. Informações pelo telefone (27) 3233-1399.
As Oficinas do MUCANE se destacam pelo caráter gratuito, onde o aluno está isento de pagamento de mensalidades. Os cursos são para todas as idades. Assista o vídeo:






quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

2ª Primavera nos Museus



Nos dias 20 e 21 de setembro de 2008 o Museu Capixaba do Negro - MUCANE foi palco da "2ª Primavera nos Museus". O tema escolhido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN em conjunto com o Departameno Nacional de Museus - DEMU foi "Museus e o Diálogo Intercultural”:





Durante o Evento Foram realizadas palestras, exposições e apresentações culturais dos alunos das Oficinas de Música e Arte do Museu Capixaba do Negro: